quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

" A Todo Volume" - 2009

Em 23 de janeiro de 2008 o diretor Davis Guggenheim (“Uma Verdade Inconveniente”) reuniu debaixo do mesmo teto um Deus, um Semideus e um humano com super poderes. Jimmy Page, The Edge e Jack White sentaram em um sofá e junto com suas guitarras, compartilharam histórias, riffs e distorções. “A Todo Volume” reúne de maneira esplendorosa esses artistas, levando o telespectador para uma viagem sobre o mundo da música.
O filme intercala momentos individuais como Jimmy Page em Londres, na casa que o “Led Zeppelin IV” foi gravado, The Edge em Dublin no local onde o U2 gravou “War” ou Jack White no Teneessee ouvindo blues antigos e brincando com suas guitarras imperfeitas. A viagem também passa indiretamente pelas bandas dos músicos, que acabam servindo como ótimas coadjuvantes, com imagens raras e alguns trechos de shows e apresentações.
A diferença entre os três fica bem definida no longa. Jack White ainda é um moleque rebelde que busca inspiração nos anos 30 e 40 e tenta fazer seu som parecer o mais espontâneo e puro possível. The Edge é a cara do U2, uma das maiores bandas que o rock já viu. É o técnico, o químico, o inventor. Ao lado das suas pedaleiras e parafernália eletrônica constrói a sonoridade que fãs do mundo inteiro se acotovelam para ver ao vivo.
Jimmy Page dispensa qualquer comentário. Com dezenas de lendas espalhadas em seu nome, o homem é a guitarra. É o instinto, a habilidade apurada. A guitarra é uma extensão do seu próprio braço. Em determinado momento, ele se levanta e começa a disparar o riff clássico e matador de “Whole Lotta Love”, enquanto Jack White e The Edge exibem sorrisos de admiração e satisfação. Nem empunham suas guitarras, deixam o Deus tocar.
“A Todo Volume” é muito bem dividido, mostra ao telespectador não só a forma que cada um toca sua guitarra, como a maneira que a paixão ocorreu e o reflexo disso em suas próprias bandas. Mesmo que o filme não fosse bom (o que definitivamente não é o caso), só os dois momentos finais valeriam tudo. Um jam ao som de “In My Time Of Dying” do Led Zeppelin e os três ao violão tocando a belíssima “The Weight” da The Band. Emocionante.

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