sábado, 28 de abril de 2012

"Os Vingadores" - 2012


Existiam pelo menos algumas maneiras de adentrar a sala para assistir “Os Vingadores”. A primeira era como um consumidor dos quadrinhos da Marvel e principalmente, nesse caso, do seu maior time de super-heróis. A outra era uma como um membro da nova legião de admiradores que os filmes recentes da empresa foram competentes em criar, ou ainda como alguém simplesmente atrás de um bom filme de ação, com cenas bacanas de lutas e farta distribuição de explosões e destruição para todos os lados.

Sou integrante da primeira turma. Comecei a ler quadrinhos nos anos 80 e até hoje sou consumidor do segmento e acompanho as aventuras dos Vingadores mensalmente. Com os filmes já apresentados de maneira individual sobre o Homem de Ferro, Capitão América, Thor e Hulk, percebeu-se que a história tomaria outros caminhos, com personagens como Gavião Arqueiro e Viúva Negra bem presentes e uma mescla do tradicional com a série “Ultimate” que visa recontar esse tradicional para as novas gerações.

Joss Whedon (“Buffy: A Caça-Vampiros”) ficou com a missão de levar a história para a grande tela, assim como amarrar e dar sentido as pontas que foram deixadas nos trabalhos solo. Com exceção de Edward Norton como o verdão esmeralda (que foi substituído pelo Mark Ruffalo), os demais atores voltaram aos seus personagens, dando seguimento ao projeto. O nível de expectativa gerado pelas informações liberadas em textos e notícias nos meios de comunicação, também foram úteis em deixar esse projeto vivo.

No filme, a iniciativa Vingadores é promulgada pelo líder da S.H.I.E.L.D Nick Fury, com o intuito primordial de achar um cubo cósmico de imenso poder que está nas mãos de Loki, o irmão de Thor, que o utiliza para jogar uma força alienígena sobre a Terra para causar sua queda e conquistá-la. Aos poucos os heróis vão se envolvendo nesse objetivo, com cada um com seu próprio motivo e tentando trabalhar juntos sem se matar. E em tese isso basta para descrever a trama que se espalha por mais de duas horas.

“Os Vingadores” não tem um roteiro excepcional, mas isso aqui especificamente não faz tanta diferença, pois basta apenas ser competente. O ponto mais alto do trabalho não é a história contada e sim como ela é contada. Não era fácil obter conjunto com tantos protagonistas se esgueirando pelas cenas e isso Joss Whedon conseguiu fazer. Por mais que algumas situações sejam meio forçadas, como lutas mais comuns para enquadrar os mais fracos como a Viúva Negra, isso não representou um desgaste ou incômodo.

Para quem não faz parte da primeira turma citada acima, o filme pode funcionar menos e até será compreensível que alguns considerem como apenas mais uma aventura de ação. “Os Vingadores” é um filme talhado e esculpido diretamente para fãs, com uma provável abertura para um público maior, mas que funciona melhor para quem teve uma parte da infância e adolescência estendida para a vida adulta através dos quadrinhos. É nerd, pueril e raso, talvez. Porém, ainda assim consegue ser um ótimo filme.

Nota: 9,0

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